domingo, 6 de março de 2011

Meninas que firmam compromisso de virgindade com os pais. Como entender as pessoas que dão muito valor para a virgindade das mulheres?



A virgindade é prova de pureza? A virgindade antes do casamento é importante?




"Esta seria demais até para Sarah Palin (será?). De longos de cetim, maquiagem e o andar desconcertado típico do primeiro salto alto, meninas entre 4 e 20 anos firmam um “compromisso de honra” com seus pais. Sob a doutrina do Purity Ball, elas protagonizam uma noite de pompa, em que homens grisalhos trocam estratégias sobre como manter suas filhas virgens até o casamento. “Vamos celebrar a beleza de nossas filhas e a glória de seus pais”, anunciam os convites das reuniões desse movimento evangélico. Criado por Randy Wilson em 1998, o grupo está em 48 cidades americanas e prega a figura do homem como guardião da pureza feminina. No evento, pais e filhas trocam alianças e assinam documentos. “Pergunte a elas com que tipo de homem gostariam de se casar e vai ouvir: como o meu pai”, comenta orgulhoso o fundador, cercado por suas seis filhas". (Revista Trip)


É impressionante o valor que estas pessoas dão à sexualidade feminina. Observe que pelo texto o compromisso não é de caridade, amor ao próximo, dedicação aos estudos, compromisso de amparar os pais na velhice. Nada disso é central. Respeito e honra está CENTRADO no comportamento sexual feminino.

A virgindade feminina é um símbolo MUITO FORTE de honra. Basta lembrar que os católicos chamam Maria, a mãe de Jesus, de Virgem Maria. Observe que a virgindade é tão importante que precede o nome dela. É tão importante que ela é imaculada: ou seja, nunca foi tocada por um homem. Em outras palavras, não fez sexo com José NEM depois de casada. A ideia é esta: é virgem portanto é pura. Esta suposta pureza é confundida com qualidade espiritual. Como se as esposas que fazem sexo com o marido e GOSTAM de sexo fossem menos, piores, impuras, etc.

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Observem estes dois comentários ao texto do site da revista:

D.: "Isso está muito além do sexo, que hoje é banalizado na sociedade. Tem a ver com amor, honra, respeito e zelo entre pais e filhos."

Outro comentário: "Sexo não é "banalizado", é tratado como é de verdade, algo natural e divertido, não pecado ou crime. E fazer sexo NÃO tira a honra, respeito ou amor entre pais e filhos. Eu sei, eu tenho uma linda filha, e ela é excelente, em todos os sentidos, e saudável, em todos os sentidos. ... Pais devem sim proteger os filhos, e educar, e informar, e dar a eles o melhor suporte para uma vida saudável e plena. E isso inclui uma sexualidade sadia e plena, não superstições de povos ancestrais idiotizantes".













A minha opinião é:

virgindade não dignifica ninguém. A mulher não deve ser julgada por ato sexual. A sexualidade, como qualquer outro comportamento que não prejudique outra pessoa, deve ser submetida ao controle e avaliação pessoal. Ou seja, cabe à pessoa escolher e colher as consequências.

Ninguém deve permitir que os instintos ou sentimentos básicos dirijam suas vidas. É preciso que agregue o que é nobre aos comportamentos - caridade, respeito, dedicação, paz, etc. Esta agregação ajuda a gerar equilíbrio e amplia o prazer/satisfação com a vida.

A sexualidade não deve ser castrada. Ela deve ser complementada. Afinal, o sexo é bem melhor se agregar ao prazer qualidades como o respeito, dedicação, ternura, carinho, amizade, e tantas outras qualidades.

Existem as pessoas que tentam castrar a felicidade dos outros. Eu sei disso, pois uma vez uma senhora muito próxima chamou-me a atenção: "você não deve beijar sua esposa perto dos seus filhos". Eu penso diferente. Eu acho que as demonstrações de carinho e de amor transmitem aos filhos a ideia de que podemos ser muito felizes se valorizarmos os nossos parceiros. A senhora que me "alertou" considera negativa a sexualidade que há em um beijo, por isto acredita que deve ser feito escondido e em "lugar próprio".

O lugar do amor se expressar é em todos os lugares, o lugar do carinho e da valorização do parceiro é em todos os momentos.

As crianças um dia crescem. O melhor para elas é ter uma vida repleta de amizade, amor, carinho, dedicação, trabalho, capacidade de sacrifício, pouca vaidade, caridade, respeito aos pobres, aos animais, aos que sofrem, etc. É isto que é realmente relevante. Sexualidade não é relevante.

Cada um tem o direito de decidir. Se a pessoa tiver seu caráter formado com objetivos nobres, se ela tiver treinado sua mente para não ser influenciada por modismo e se tiver bons exemplos para seguir, tenho certeza de que terá escolhas pessoais equilibradas.

Eu acredito nisto: o valor destas meninas da foto não está no uso que farão de suas vaginas. Estarão naquilo que seus corações levarão dentro e naquilo que suas mentes serão treinadas.


Mulheres virgens ou não virgens possuem a mesma dignidade que emanará de seus corações e das qualidades nobres que cultivarem na vida.

Na história da humanidade as pessoas que apontam o dedo julgador para os outros são sempre os primeiros a propagarem a maldade, o ódio e gerar guerras.

Mulheres sempre foram vítimas destas pessoas. Elas confundem a beleza do servir com submissão (veja aqui). Confundem espiritualidade elevada com sexualidade reprimida, como se Maria fosse menos digna ao atingir o orgasmo ao ser penetrada pelo seu marido - o que de fato deve ter acontecido. Fazem tanta confusão... e em um mundo confuso as pessoas são menos felizes e existem mais conflitos.

Mulheres, sua dignidade não está entre suas pernas. Sua dignidade está em sua capacidade de amar, fazer o bem, divulgar a verdade e se fortalecer para ser um grande ser humano.

Os pais que desejam a virgindade das filhas são bons pais. Apenas confusos. Receiam as escolhas de suas filhas. Temem a gravidez precoce, doenças ou que elas saiam de seu controle. A palavras chave é controle e medo da liberdade.

É certo que sexualidade envolve riscos. Mas, o centro da idolatria da virgindade não é a segurança da filha. É o medo de que ela seja autônoma e assim tenha escolhas diferentes da dos pais. Basta ver que estas pessoas escolhem a roupa dos filhos, amizades, e tudo que eles acreditam ser "bom para elas". Confundem o cuidado e a orientação (que são ótimos e necessários) com um conjunto muito grande de regras e etiquetas que as mulheres devem seguir. Todos eles preconizam, por exemplo, a submissão feminina no casamento.


Observe: a mulher quer trabalhar, o homem não quer. Porque ela deve ser uma eterna frustrada? É mais fácil, justo e correto que o homem também faça esforços para que sua esposa possa se realizar como profissional, como mulher, como amiga, como sua amante. Ou seja, um casal feliz é aquele em que cada um luta para que o outro possa se realizar e ser feliz. Lutam juntos, conquistam juntos. Se esforçam, atingem objetivos.

A boa união são dois seres humanos se apoiando mutuamente, um ajudando o outro, um encorajando o outro. Porque os dois sabem que a conquista de cada um contribui para o casal.

Dois seres humanos que se fortalecem na luta do dia-a-dia e constroem um vida em comum. Cada um com sua riqueza interior, tornando mais fácil superar os desafios.

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Ou seja, o casal realmente feliz é o casal em que cada um tem o prazer e a alegria de ver seu parceiro realizando sua vocação e seus objetivos. Os dois dividem a responsabilidade do lar e a responsabilidade por gerar uma vida social e financeira mais ativa.

Não há submissão. Há respeito pelo outro e alegria com as conquistas que cada um atinge e que enriquece a vida de ambos.

E a mulher livre pode sentir prazer sexual. Este prazer sexual gerará momentos de intimidade, alegria, relaxamento, tornando a vida mais agradável. O sexo é um brincar; brincar de ser feliz, de ter prazer, de sorrir e se entregar.

Estes pais são medrosos e confundem o medo com cuidado.

Na verdade, o mundo possui bilhões de mulheres que transaram com seus namorados e continuaram dignas. São mulheres lutadoras, felizes e satisfeitas. Porque, como disse antes, é o coração e a dedicação aos estudos, ao trabalho e à família que gerará uma grande mulher. O sexo não é tão importante.


Autor: Regis Mesquita
Contato e Terapia: regismesquita@hotmail.com




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4 comentários:

  1. É, não se tem mais psicólogos como antigamente.
    Aliás, tudo vai de mal a pior neste mundo sem porteira!
    A sociedade modifica os bons costumes e nem percebe que o mundo está cada vez pior.
    Os valores se invertem e as consequências vem. Porém ninguém para para pensar e ver onde estão os erros.
    Assim como mexemos na natureza e ela se vira contra nós.
    Mexer nos bons costumes de outrora trazem consequências comportamentais, emocionais e espirituais para o homem.
    Um mundo em que a cerveja tem que ser seladinha mas a mulher pode ser rodada, o aborto legalizado seria a solução para que mulheres não morram mais em clínicas particulares, a droga liberada para acabar com o tráfico, enfim, para justificar pecados, acabar com a existência de Deus. Pois se Ele não existe, pra quem prestaremos contas de toda essa droga!

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  2. Prezado anônimo, você confunde costumes humanos com Deus. Os índios, que andam semi-nus, também possuem ótimos costumes. São pessoas dígnas e corretas. Você confunde latinha de cerveja com sexualidade. Conheço muitas mulheres dignas e corretas que casaram sem serem virgens. Mulheres dignas que lutaram, foram honestas, de boa índole, praticaram o bem e caridade. Tenho certeza que Deus ficou satisfeito(a) com estas mulheres que usaram livremente a própria sexualidade. Pense nisto! Não confunda sua cultura e seus valores com os interesses de Deus. Não use em vão o nome DELE.

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  3. Mais um absurdo num mundo já cheio deles. E veja só né, o hímen tem espessura de uns 3 mm e é com isso que nosso valor é comparado, com uma pele frágil. Ou com uma latinha de cerveja com capinha protetora pronta pra ser consumida e jogada fora. Que 'bunito'. O sujeito usa um computador do sec 21 e uma cabeça de mil trocentos e antigamente para fazer sua opinião patente. Mas é isso aí. Não dá pra ficar se impressionando demais com os atrasildos de plantão. O mundo está evoluindo a despeito de opiniões e práticas retrógradas como essas.

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  4. jura que tsm que ser asim

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