Amigos do site Psicologia Racional,
Hai Kai é um tipo de poesia de
origem japonesa. Pequena e espirituosa, consegue transmitir com grande
intensidade a alma humana.
Abaixo segue um, que irei analisar.
"manhã de frio
se fosse menino escrevia
meu nome no vidro".
Autor: P. F.
O autor tem uma vontade e diz que
não pode fazer porque não é mais menino.
Ser adulto é perder a espontaneidade
e a vivacidade. Não é atoa que é muito melhor ser criança. Criança pode...
adulto SE PODA.
Escrever o nome no vidro não é
nenhuma transgressão, mesmo assim o adulto se PODA.
É uma vida de autocastração.
Olhe a foto no início deste texto.
O inseto está em cima da flor, bela foto - teve vontade, foi lá. Não teríamos
esta foto se fosse um humano que trocasse sua espontaneidade por um OCEANO DE
REGRAS INÚTEIS.
Cada regra serve para cortar um
pouco do sabor da vida (1). Não é atoa que Jesus disse que deveríamos ser como as
crianças para entrar no Reino de Deus.
É muito simples escrever o nome no
vidro embaçado. É sua espontaneidade, a bondade brotando do coração através de
pequenas coisas que te fazem rir, que te trazem a alegria e o sorriso para
enfrentar os reais problemas da vida. Imagine
quantos gritos seriam evitados, quantas falas ríspidas seriam abortadas por
adultos espontâneos que colocaram o sorriso nos lábios.
LEIA TAMBÉM: Eu estava no paraíso e não sabia
Sem a espontaneidade diminuem os
pequenos prazeres, os prazeres mais simples e menos custosos. Prazeres como
abraçar, beijar, ficar de mãos dadas, se olhar, rir de bobagens, relaxar com a
presença do outro...
As pessoas aprendem a se castrarem; e ainda se acham espertos. Fazem tudo para não serem "bobas". O
problema é que quase sempre este ser
boba é igual a se aceitar. E se aceitar é um grande facilitador da espontaneidade. A espontaneidade no adulto é como uma autorização: posso brincar, posso sorrir, posso inovar e ao mesmo tempo ser educado, eficiente e responsável.
LEIA TAMBÉM: A dificuldade de dizer “Eu te amo”
Depois que o adulto se tornou um
verdadeiro “idiota castrado metido a besta”, ele desenvolve um monte de teorias
lindas ("você nasceu para ser feliz", por exemplo). São teorias que não são
colocadas em prática, porque um ser castrado é muito pouco satisfeito e pouco produtivo.
Cada regra criada, cada bloqueio da
espontaneidade ou cada decisão de se mostrar melhor do que de fato é, impregna
a mente da pessoa com negativismo, insatisfação, ansiedade, angústia, etc. Uma
péssima troca!
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Quem sabe a pessoa sensível que
escreveu o poema possa escolher escrever seu nome no vidro. Aí ele fará um Hai
Kai assim:
manhã de frio,
a criança dentro de mim quis
escrever
e eu escrevi junto no vidro.
Ele dará boas risadas e saberá que todo adulto para ser completo tem
que RESSUSCITAR a criança dentro dele.
Na realidade, quando evoluirmos muito, mas muito mesmo, seremos
crianças com um pouco mais de consciência.
LEIA TAMBÉM: Uma vida simples para ter tempo para amar
Neste dia seremos adultos sábios.
Matando nossa criança, seremos
apenas adultos infelizes e insatisfeitos.
Dica: para fortalecer a mente e sua
espontaneidade sugiro que estude os textos do blog Caminho Nobre. Lá você
encontrará dicas e explicações para ter uma vida mais produtiva, sábia e
satisfeita.
(1) tenha poucas regras, elas devem estar direcionadas às situações em que são realmente importantes, são essenciais. Uma pessoa comum convive com milhares de REGRAS dentro da sua cabeça. Noventa por cento delas são inúteis e complicadoras da vida.
Autor: Regis Mesquita
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