Por Regis Mesquita
Brasil - 2013 -
O governo brasileiro oferece 10 mil reais para médicos trabalharem no interior do Brasil (atualmente o valor é muito mais alto).
O governo brasileiro oferece 10 mil reais para médicos trabalharem no interior do Brasil (atualmente o valor é muito mais alto).
São milhares de vagas. Quem tiver
interesse, é só se candidatar.
É o programa “Mais Médicos para o Brasil”.
Entre a classe médica o repúdio é
muito grande.
Sentem-se ofendidos, principalmente
porque virão médicos de outros países para
as vagas que os brasileiros NÃO quiserem.
Virão médicos de Portugal, Espanha,
Cuba e outros países.
O que era para ser simples,
torna-se complicado com as desculpas e enganações.
Existe a vaga para o profissional
que quiser e existe o dinheiro para pagá-lo. Existem pessoas precisando de
tratamento médico e existem sofrimentos.
Existem desafios, que com boa
vontade serão resolvidos.
A vida boa é feita de desafios que são vencidos progressivamente.
Não faltam médicos, faltam
condições de trabalho – dizem os cartazes de médicos (1).
Todas as pessoas têm o direito de
escolher onde morar e onde trabalhar. Médicos, enfermeiros, engenheiros,
dentistas, encanadores – todos são livres para escolherem suas vidas.
Todavia, um país não pode ficar refém de uma classe profissional.
Existem crianças doentes que
merecem ter médicos para atendê-las.
Se os médicos brasileiros não
querem trabalhar no interiorzão do Brasil por 10 mil reais (ou mais), que
venham médicos de outros países.
Reserva de mercado só serve para
perpetuar sofrimento e enriquecer algumas pessoas; enquanto os custos aumentam
e os impostos para pagar ficam maiores.
Existem municípios pagando 20 mil
reais para médicos. Some-se a isto os benefícios e chegará à uma conta de mais
de 30 mil reais mensais.
Haja imposto para conseguir pagar
tudo isto.
Aí é que entra a maldade disfarçada
de interesse e questionamentos. Desculpas e mais desculpas são usadas.
Exemplos de desculpas:
Não basta colocar médicos e não dar condições de trabalho.
Não basta colocar médicos e não dar condições de trabalho.
Virão médicos despreparados para o
Brasil.
Como eles vão atender se não falam
português?
Como um médico vai trabalhar sem
hospital por perto?
OUTROS TEXTOS QUE PODEM TE INTERESSAR
A essência da autossabotagem: negativização da realidade e a busca de vantagens. Veja estes exemplos!
O que acontece é que quem dá desculpas geralmente quer que tudo fique igual.
O alcoólatra diz que vai parar de
beber.
O preguiçoso promete que no ano que
vem será o mais trabalhador da cidade.
E o médico interessado em shopping
diz que vai morar no interior da Amazônia se tiver melhores condições de
trabalho.
A maldade da desculpa está em desmotivar as pessoas, gerar promessas
que não serão cumpridas e negativizar a realidade. A desculpa gera paralisia e baixa autoestima.
Qualquer médico estrangeiro pode
aprender o português. Esta é uma condição básica para que trabalhem no Brasil.
Depois que aprenderem o português poderão ser contratados.
Médicos estrangeiros terão seu conhecimentos avaliados. Só maluco não avaliaria o conhecimento de um profissional antes de contratá-lo. Empresas fazem
isto, você faz isto, o governo federal fará isto.
Muitos de países importam médicos.
Nesta reportagem você verá que a Inglaterra importa médicos até da pobre Libéria.
Leia também: Você está sofrendo lavagem cerebral? Saiba como parte da sua mente vai sendo sutilmente controlada.
Negativizar a realidade é uma das táticas dos mais maldosos. Dizem
que a medicina de Cuba é horrível. Centenas
de milhares de pacientes do mundo inteiro vão até Cuba todos os anos para se
tratarem. Eles não vêm para o Brasil, escolhem Cuba para se tratarem. Uma das
maiores fontes de renda de Cuba é justamente... os pacientes que saem da
Europa, EUA, Canadá, América Latina para se tratarem com os médicos cubanos (2).
“Segundo a New England Journal of Medicine, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo
mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do
fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu
problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora
do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.
O que nos importa é a negativização
que sempre acompanha a maldade. O preguiçoso olha para o trabalhador e diz que
ele não está em casa para assistir televisão à tarde com a família. O
alcoólatra chama de chato quem não bebe bebida alcoólica. Médicos que não tem o menor interesse em encarar uma vida em áreas carentes criticam a falta de estrutura destes lugares.
MAIS TEXTOS DE REGIS MESQUITA
Imagina a cena: uma vila pobre no
interior de Minas Gerais. Uma criança pisa em um caco de vidro. O dono do bar
joga álcool e coloca fumo no pé da criança. Esta é uma cena real e corriqueira
no Brasil.
Um médico tem sempre muita
utilidade, mesmo sem ter acesso a exames sofisticados ou a hospitais. Poderia, por exemplo, fazer a sutura no pé desta criança.
Uma pessoa tem desidratação. Outra
tem diarreia. Uma tem micose e a outra tem dor de ouvido.
Um médico sem recursos tecnológicos consegue fazer muita coisa boa.
A principal estrutura que um médico
precisa para tratar grande parte das doenças é saber fazer diagnóstico clínico sem ficar dependente de milhares de
exames.
Tendo médicos, aos poucos, pode-se estruturar melhor o posto de saúde
da vila. Por exemplo, o milagre da eletrônica faz com que um
eletrocardiograma seja relativamente barato e simples de ser usado.
Acontece que o médico da vila terá
que saber de tudo: cardiologia, ginecologia, pediatria, etc. Ele será um médico generalista – e as escolas de
medicina formam médicos cada vez mais especializados, cada vez mais dependentes
de exames (mesmo para os diagnósticos mais simples). Ou seja, médicos que não
entendem das outras matérias que não a dele (3).
LEIA TAMBÉM: Sua mente pode deixar seu corpo doente. Seu psicológico provoca doenças ou te ajuda na cura
Moro em uma cidade que tem 239
anos. Aos poucos, ela foi levando água encanada a todos os bairros.
Imagina se
os maldosos de plantão dissessem que não adianta levar água para o bairro pobre
porque as pessoas não têm alimentação adequada?
Os negativistas também podem dizer: de que adianta levar escola para
uma criança que mora em uma casa que não tem luz?
Alguns problemas são reais. São
desafios que devemos enfrentar e vencer. Enfrentar com paciência, dedicação,ternura e disciplina.
Ter meta, objetivos e sonhar com a
solução de problemas é fundamental.
Uma caminhada começa com um pequeno
passo.
Autor: Regis Mesquita
Autor: Regis Mesquita
SIGA A PSICOLOGIA RACIONAL NAS REDES SOCIAIS
Para aumentar o tamanho da imagem clique sobre ela.
(1) “Segundo o último levantamento
do CFM (Conselho Federal de Medicina), feito em 2012, o Brasil abriga 388.015
médicos, cerca de 1,8 por mil habitantes. A Argentina tem 3,2, Espanha e
Portugal têm 4 e Inglaterra, 2,7. Ainda assim, a quantidade de médicos
brasileiros é considerada razoável,
mas não resolve o problema de saúde do país porque apenas 8% dos profissionais
estão em municípios de até 50 mil pessoas. E municípios desse porte representam
quase 90% das cidades”. Drauzio Varella
(2) Qualquer médico que venha de
fora do Brasil deve ser muito bem avaliado. Não importa de onde vier, se não
for aprovado deve ser rejeitado.
(3) Todo médico tem o direito de escolher onde trabalhar. Nada deve ser impositivo. Caso existam lugares nos quais médicos brasileiros não queiram trabalhar, que se contrate médico de outros países para suprirem estas vagas.
(3) Todo médico tem o direito de escolher onde trabalhar. Nada deve ser impositivo. Caso existam lugares nos quais médicos brasileiros não queiram trabalhar, que se contrate médico de outros países para suprirem estas vagas.
Leia também:
Para você que está conhecendo o
site PSICOLOGIA RACIONAL: este site se propõe a ter textos originais que
discutam assuntos do cotidiano. São textos que podem servir para reflexão sobre
a vida que cada um leva. Com isto espero contribuir um pouco com você.
Atenção: nenhum comentário com linguajar ofensivo é liberado para publicação.
ResponderExcluirsempre me surpreendo com a capacidade que a alguns setores da sociedade brasileira tem de colocar interesses coorporativistas acima do bem comum,e o fazem sem a menor vergonha na cara .nessas horas sinto vergonha de ser brasileira.
ResponderExcluirBem interessante. Também me deparo com pessoas que, manipuladas pela Globo e por esse negativismo, que não se conformam com a vinda dos médicos cubanos. Preferem apoiar essa casta mafiosa e antiética que, além de não querer trabalhar no interior, não bate ponto, trabalha 1 hora por dia e ganha por 4 ou 8 horas, como aconteceu recentemente em Joinville/SC.
ResponderExcluirMuito esclarecedor o texto. Também concordo que independente de onde venha o médico, precisamos de médicos e quem sabe se os estrangeiros virão com mais senso de humanidade que os daqui. Infelizmente temos uma saúde falida em nosso país com péssimas condições de trabalho para os profissionais da saúde, mas em contrapartida temos muitos profissionais que esquecem a ética, empatia, o respeito e repito a humanidade quando vestem seus jalecos brancos. E quem sabe poderia melhorar também a volta dos especialistas no SUS, já quem nas Clínicas da Família exames como o papanicolau é colhido por enfermeiros e para que possamos fazer uma consulta com a Ginecologista temos que passar por uma via crucis que até desanima a maioria das mulheres mesmo em meses de campanha do câncer de mama. Por mais médicos encarnados...rs venham de onde vierem.
ResponderExcluir